sábado, 21 de outubro de 2017

MIGUEL PORFÍRIO DE LIMA


Miguel Porfírio de Lima, nascido no dia 18 de março de 1921, no sítio são Romão, filho de agricultores, trabalhou em diversas atividades inclusive no campo. Foi Mestre de Fiação em uma fábrica de tecidos, trabalhou no serviço público federal em órgãos como o DNPM e Ministério da Agricultura. No município do Icó foi Secretário de Educação e lecionou como professor do Estado nas escolas CIENTE (Centro Icoense de Ensinos Técnicos), Colégio Sr. do Bonfim e Escola Ana Vieira Pinheiro. Foi sócio fundador da ACEJI (Associação Cearense de Jornalistas do Interior), participou como correspondente dos jornais Associados do Ceará, Unitário e Correio do Ceará, além de ter colaborado como jornalista nas rádios Iracema e Centro Sul de Iguatu e Quincôe de Acopiara.

Como historiador o professor Miguel Porfírio teve grande destaque, coletando as mais variadas informações e documentos sobre a história do Icó, reunindo seus escritos nas obras Icó em fatos e Memórias, volumes I e II.

Defensor da preservação da memória do povo icoense, trabalhou em incansáveis palestras, cursos e seminários, além de acompanhar estudos de campo com estudantes da cidade, cidades circunvizinhas e universidades, sempre contando um pouco da história do Icó. Em seus discursos sempre mesclava questões historiográficas com ditos populares, bem como as famosas lendas e “causos”, que encantavam tanto os jovens estudantes como os mais experientes Doutores.

Em 2006, recebeu o título de "MESTRE DA CULTURA", projeto da Secretaria de Cultura do Ceará, que destacou personagens importantes da cultura cearense.

Antes de falecer, o incansável Tio Miguel, como era carinhosamente chamado por todos, narrou a história de alguns personagens icoenses e a história de antigos sobradões.

Em seus 2 livros, Miguel Porfírio de Lima traça uma linha temporal, onde através de grande pesquisa realizada ao longo da sua vida, esmiúça histórias, fatos, lendas, contos e personalidades relevantes do município, que já foi sede da confederação do equador, que tentou se tornar uma nação independente do Brasil, além de ter sido uma das primeiras, senão a primeira cidade a libertar os seus escravos e que devido a sua importância econômica foi capital do estado por apenas 24 horas, além de outros grandiosos eventos históricos importantíssimos para o desenvolvimento do Brasil colônia, onde muitos desses evento começaram ou terminaram de alguma forma em Icó ou teve como fato determinante algum filho desta cidade.

Faleceu em 06 de março de 2008, ás vésperas de completar 87 anos, e a cidade recebeu com pesar a notícia da morte de um dos seus mais ilustres filhos, o Prof. Miguel Porfírio de Lima, conhecido por todos como o Tio Miguel.

Os dois livros abordam assuntos relevantes da história da cidade de Icó, no interior do estado do Ceará, município este que teve grande importância nos séculos XVII, XVIII e XIX no que se refere ao comércio e a cultura do estado, além de aspectos políticos, sociais, econômicos e sociais, e todos os fatores que levaram a Icó a se tornar a Princesinha do Sertão, bem como a sua decadência quando da chegada da terrível Cólera Morbo, que dizimou 1/3 da população da época, vindo a mesma a cair no ostracismo e irrelevância econômica

Podemos definir a memória do Icó como antes e depois de Miguel Porfírio, e o seu legado está presente na manutenção do Patrimônio Histórico e Cultural Tombado, na leitura e releitura da nossa história e na luta pela preservação e divulgação de nossa memória.
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